quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Mick & James : O Passado, Presente e o Futuro do Slipknot





Em recente entrevista a Guitar World Mick Thomson e James Root falaram do passado, presente e futuro do Slipknot. Confira abaixo:
Guitar World: Que se lembram sobre a composição de Iowa? Isso aconteceu logo após a turnê, certo?

James: Estivemos na estrada por dois anos e então um dia recebi um telefonema para ir na casa de Clown para começar a trabalhar em um novo disco. Realmente pensei que ia ter mais tempo livre, mas fomos direto trabalhar e também um certo tempo para terminar o disco.

Mick : Foi um pouco cedo. No início tínhamos um monte de tempo livre, porque no momento nossa tour foi ridícula. Fizemos 17 ou 18 shows seguidos sem uma noite de descanso. Qualquer dia que não estávamos no Ozzfest ou na abertura de qualquer outra banda, fazíamos nossos próprios shows para arrecadar dinheiro pra gasolina. Não passou muito tempo, foi como dois meses de escrita para isso se realizar. Foi estranho. Eram nesses dias que escrevemos muito em um depósito. O pai de um amigo nosso, é proprietário de uma companhia elétrica, então acabamos lá. E nós fizemos. Parte da escrita foi no porão de Clown e Paul. Definitivamente foi como nos velhos tempos. Agora estamos um pouco mais organizados com as empresas TBE (empresa de equipamentos musicais).

Guitar World:Sempre foi estranho para mim,que os comparam com bandas como Korn.

Mick: Oh Meu Deus meu, o Limp Bizkit, nada dessa merda.

Guitar World: A maior coisa que te distingue de todos os grupos foi o fato que se reduz a sete cordas e voar das plataformas!

Mick: Fiquei muito contra eles. Eu ensinei guitarra por um tempo, então eu fiquei como, “Porque os meninos compram uma guitarra de sete cordas se nem sequer podem tocar uma de seis?” “Se queres algo com um tom mais baixo, mude as cordas, merda! Mude sua configuração!” (risos). Não há necessidade de acrescentar uma sétima corda. Estou contente porque esses dias acabaram. Parece que todas as bandas que tocam, podem tocar com isso. Assim terão um maior proveito sobre isso.

Guitar World:Definitivamente parece que os caras tinham algo a mais do que o trash na proposta,que foi especialmente evidente em Iowa. Por exemplo,é ouvido bastante Exodus, Overkill,Slayer,etc. Essas foram as bandas que influenciaram no Iowa?

James: Definitivamente, todas as bandas que você mencionou. E mais Anthrax e em príncipio Metallica.

Mick: Quando começamos as pessoas diziam que tocávamos como Metallica e eu estava como “Sim, ambos nós temos guitarras distorcidas, eu acho.”(Risos). Não acho que estamos muito facilmente rotulados porque na realidade não aderimos a esse tipo de coisa. Eu não diria “Eclético”, porque quando penso isso ,penso em Mr Bungle. Creio que mesclamos todo tipo de coisas diferentes e é nisso que se converte o Slipknot.

Guitar World:A você, sem dúvidas, é difícil copiar bandas daquela época.

Mick: O bom é conhecer todas essas bandas que vêm a você e dizem: ”Sim cara, no secundário tocava seu primeiro disco uma ou outra vez” e que eles não soam para nada conosco. Mas para eles dizerem que foram nossa inspiração, me faz querer minhas próprias músicas, eu sei exatamente como se sente. Não gostaria de fazer música que soe igual ao Testament, os amo, mas vou escutar o disco do Testament e logo pegarei minha guitarra e criarei minha própria musica. É somente inspiração.

Guitar World: Muita gente parece confundir “soa como” e “São influenciados por”.

Mick: Sim, as pessoas vem até mim e perguntam: ”Bom, quais foram suas influências?” e eu respondo com: “Hendrix?” e elas dizem: “Mas não soam como ele!” Não, mas estou muito influenciado a fazer música por causa dele. A razão porque queria tocar guitarra era pela coleção de álbuns de Hendrix que meu pai tinha.
Isso é algo que me satisfaz como músico, quando alguém não mente e te diz que era sua influência ou inspiração. Isso para mim é mais gratificante que outro disco de platina na parede. Isso é legal, mas na realidade é bom saber que quando morrer, terá deixado algo pra trás.

Guitar World:Na época do Iowa foi a primeira vez que experimentaram o êxito.Como acha  que a banda se gerencia na retrospectiva?

Mick: É muito para qualquer um ter todo esse tipo de merda que nos jogaram, e realmente testar o tipo de pessoa que você é. De repente sua vida é completamente diferente, tudo é diferente, o mundo que te rodeia é diferente. Todos eles tem seus motivos e o que querem. Foi uma época muito ruim, todo tipo de gente tóxica estava ao nosso redor. Havia pessoas lá fora,  cominfluência. A maioria dessas pessoas não estão mais por perto, já que resultaram ser uma merda. Foi uma época fudida, bastante escura. Eu não gostei nada. (Risos) Me alegro porque esses dias se passaram.

Guitar World:Vamos a atualidade.Tenho curiosidade para saber as perspectivas da banda sobre isso,especialmente sobre o formato vital desse álbum.Vê o disco como algo viável ou existem diferentes formas de liberação de música no qual estaria interessado?

James: Eu gostaria de seguir fazendo discos. Mas isso não quer dizer que...Creio que o Foo Fighters um pouco depois que lançaram seu último disco, voltaram 3 ou 4 meses mais tarde e lançaram um formato digital como um single. Isso não quer dizer que você não pode fazer coisas boas com esse estilo.
É minha opinião, eu gosto de ir ao estúdio, porque me encanta o ambiente de estar em estúdio e gravar um álbum genial do início ao fim, mas talvez não lançá-lo como um álbum. Talvez colocá-los por ai, por as canções ai fora ou dar uma distância a liberação de uma maneira tradicional. É um pouco parecido como o Velho Oeste por ai. Realmente não sei o que é, exatamente.

Guitar World: Então você acha que o álbum ainda é um formato importante para o lançamento da nova música?

James: Quero comprar um vinil e quero escutar álbuns sobre o mesmo. Quero por  “Dark Side Of The Moon” do Pink Floyd na sala de jantar enquanto estou comendo macarrão ou o que for. Sabe o que quero dizer? (risos). O que me assusta sobre a forma na indústria da música é que ela mudou muito e temos que o disco ou o álbum, venham a desaparecer e vá voltar a forma que foi nos anos 50, aonde tudo se baseia num single. Não vai haver nenhuma negociação, os selos não poderão por nenhum dinheiro nas bandas que podem ter uma visão artística muito grande para sua banda e a única maneira de fazer isso é comprar alguns equipamentos de gravação antigos e fazer um estúdio no sótão ou na garagem e fazer discos de longa duração. Você não encontrará isso por mais que cave profundamente na Internet. E isso é emocionante em alguns aspectos e dá medo nos demais, porque pode haver um artista por ai que não sabe o que fazer com todas essas idéias surpreendentes, criativas e que só precisam que uma pessoa possa ajudá-lo a conseguir essa merda na sua cabeça e no mundo. Mas nunca chegaremos a fazer isso porque não há uma discografia que seja como “Hey não se preocupe com isso. Só se é criativo e vamos fazer esse tipo de coisas e nós pagamos os 1500 dólares por dia ao estúdio para que possa ser criativo.” Isso vai ser uma coisa do passado.

Mick: É muito, muito raro. Quero dizer, obviamente a internet tem mudado tudo. Em  alguns aspectos para melhor. Não fazemos um disco desde 2008... Eu estive falando com Paul Rivera dos amplificadores Rivera e ele estava me dizendo que os produtores não estão recebendo a mais mínima merda. A gente está fazendo um bom som, com registros de 15 a 20 mil dólares agora, porque tudo é muito fácil. Merda, gastamos muito dinheiro com a gravação do Iowa. Todos tinham que ter apartamentos e mais merda em Van Nuys, estar no estúdio para “X” milhares de dólares por dois meses. Eu sei o que aconteceu naquele disco e chego a escutar que tem gente liberando um bom som por 15 ou 20 mil dólares...é algo real? Vai ser estranho para nós da próxima vez que entrarmos em estúdio, porque eu acho que vai ser uma experiência totalmente diferente.

Guitar World: A pergunta do milênio: Haverá um novo material de Slipknot?

Mick: Não tem nada oficial ainda, mas eu diria que há uma chance de 95% para termos algo novo

James: Estou bastante seguro que faremos algo novo. Existem certos caras na banda que estão sempre escrevendo, eu sempre estou escrevendo. Eu tenho um cérebro mais ativo em questão às sessões de gravação. Eu uso Pro Tools LE versão 9 que tenho em casa e uso em turnê comigo. Muitas vezes nem sequer completo um pensamento, trato pelo menos de por uma idéia nele, assim estamos trabalhando constantemente. Eu acho que o Slipknot está passando por umas dores de crescimento. Estamos tentando aprender a ser o Slipknot sem ter Paul por perto. Temos aprendido que podemos seguir em frente e Donnie Steele tem estado trabalhando muito no baixo e é um grande músico. Mas quando se tratava de estar no estúdio, Paul era uma parte integral para por junto a música. Tinha um talento incrível para o arranjo musical e tendo uma idéia que alguém possa ter e ser realmente capaz de deixar a idéia florescer. Poderia ser um pouco tímido de por o pé na água neste momento, mas nunca dizia 'nunca'. Eu, pessoalmente, não falo por ninguém da banda, eu acho que é muito cedo para eu começar a pensar em fazer um álbum do Slipknot sem Paul Gray.

Guitar World: Jim, você acha que outro álbum do Stone Sour agora antes de fazer um  novo disco do Slipknot poderia servir como uma espécie de trampolim para você e Corey?

James: É engraçado você mencionar isso. Eu não ia falar sobre o que estamos fazendo com o Stone Sour, mas todas aquelas coisas mencionadas sobre hard drives, idéias e outras coisas, eu acabei de enviar uma sessão de Pro Tools para Josh Rand para começar por eles. Estou me dando uma pequena pausa nesse momento, mas estamos tendo idéias e essas coisas para antes e depois. Quando fazemos esse tipo de coisa que nós fazemos para viver, você está sendo obrigado a seguir fazendo. Mesmo se todas as bandas se separem e não tiver uma gravadora na terra para me gravar, vou continuar a gravar música no meu computador com Pro Tools, vou colocá-lo para fora e encontrar algumas pessoas locais para tocar e tocar em clubes. 
Isso só está em você.

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